É impressionante como a sociedade adormecida na sua artificialidade diária e constante teima em manter vivo este ritmo frenético. Nós vamos perdendo (senão perdemos já completamente) os sonhos que tinhamos em criança. Queriamos ser ou fazer isto e aquilo, mas com o finalizar da infância, vão-se também os sonhos que alimentavamos, quando acreditavamos que o mundo era cor-de-música.
Chegamos a um ponto em que as preocupações passam a ser outras diferentes, banais e artificiais e que muitas vezes nos impedem de apreciarmos os prazeres da vida que tão importantes são. Temos de acordar racionalizar e pensar. Não é essa a característica que nos distingue dos outros animais? Temos de trabalhar não para o desgaste energético que nos leveria a uma qualquer loucura, mas para um futuro de maior harmonia.
Muitas vezes criadas devido aos outros, ou para quererem que nos sentimos integrados, ou para parecer bem. Promove-se o culto do medo. Querem que ganhemos medo uns dos outros, que não saibamos em quem confiar. Vamos tendo desgostos maiores e menores pela vida fora que acabam por limitar a nossa vivência terrena de forma acentuadíssima.
Mas nem tudo é negro no cenário desta sociedade. Por vezes, surgem na vida surpresas que nos relembram o quão felizes e inocentes fomos durante uns anos, quando tudo era tão simples e a palavra dos adultos a verdade total. Pessoas que nos fazem sentir que estamos cá por alguma razão, que temos de passar por provas ao longo das etapas que nos preenchem a vida. São esses elementos que devemos acolher
Acabo de encontrar por mero acaso depois de ter escrito estas últimas linhas uma citação que ilustra em auge de brilhantismo o que queria dizer. Disse o poeta da paz, Mahatma Gandhi:
"Como defender uma civilização que somente o é de nome, já que representam o culto da brutalidade que existe em nós, o culto da matéria" O ritmo da Evolução não pára de aumentar, mas os valores vão adormecendo com a viagem...